Para
saber mais: Tumores derivados de células epiteliais
Os tumores malignos derivados de tecidos epiteliais glandulares
são normalmente denominados adenocarcinomas; estes são os tumores mais
comuns em adultos. Em crianças de até 10 anos, a maioria dos tumores se
desenvolve (em ordem decrescente) de órgãos hematopoéticos, tecido
nervoso, tecidos conjuntivos e tecidos epiteliais. Esta proporção
muda gradualmente, e, após os 45 anos, a maioria dos tumores é de origem epitelial.
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Fatores
de risco para o carcinoma escamocelular
Não há um agente carcinogênico isolado, mas sim uma
somatória de agentes associada à predisponência do indivíduo. O fumo, devido
aos seus compostos carcinogênicos como o alcatrão e a nicotina, aumenta em duas
vezes o risco de se desenvolver tal neoplasia. O tabagismo, por si só, tem sido
implicado como o principal fator de risco na etiologia para o câncer bucal, em
qualquer idade. A quantidade de cigarros industrializados consumidos por um
indivíduo se reflete diretamente numa maior probabilidade de desenvolvimento do
câncer bucal. O risco de desenvolvimento de CCE bucal em fumantes de cigarro
industrializado é 6,3 vezes maior do que em não-fumantes. Este risco aumentaria
para sete vezes em consumidores de cigarro de palha, e para 14 vezes em
usuários de cachimbo.
É sabido que o carcinoma de células escamosas da mucosa
bucal é uma neoplasia maligna, visto predominantemente em pessoas de idade mais
avançada e raramente em indivíduos jovens. O diagnóstico da doença em estágio
avançado continua a ser uma situação comum e isto resulta em elevadas taxas de
morbidade e mortalidade. Possui predileção pelo gênero masculino, com proporção
homem:mulher de 8:1 na população abaixo de 60 anos e de 3:1 na população acima
de 60 anos, ocorrendo mais nas 5ª e 6ª décadas de vida
A radiação,
problemas nutricionais como a deficiência de ferro na Síndrome de
Paterson-Kelly e avitaminoses A, B e C, exposição à luz ultravioleta, presença
de oncogenes e a inibição dos genes supressores de tumor como o p53 são outros
fatores que podem ocasionar o aparecimento da lesão.
Pessoas com pele e cabelos claros e
olhos azuis, verdes e acinzentados estão no grupo de maior risco de desenvolver
a doença, essas têm mais chances de sofrer o carcinoma espinocelular, assim
como as pessoas que têm albinismo ou sardas. Qualquer indivíduo com um histórico
de frequente exposição ao sol tem um risco elevado de desenvolver a doença.
Aqueles que permanecem por muito tempo debaixo do Sol estão em situação
perigosa. Qualquer pessoa que já desenvolveu carcinoma basocelular está mais
propensa a desenvolver câncer de células escamosas, assim como os indivíduos
que possuem condições hereditárias que deixam a pele mais susceptível aos raios
UV – como o xeroderma pigmentoso.
Para
saber mais
“Em dois anos, mais de 20 mil pessoas
morreram por câncer na Bahia”
http://www.correio24horas.com.br/detalhe/saude/noticia/em-dois-anos-mais-de-20-mil-pessoas-morreram-por-cancer-na-bahia/?cHash=3b8c71597cfb2dade194342c2595216a
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Locais
onde podem ocorrer
Como as células escamosas também revestem diversos outros
tecidos, esse carcinoma também pode surgir nos lábios, boca, tubo digestivo, tireoide, bexiga, próstata, pulmões, vagina, colo do útero ou ânus.
Câncer de cabeça e pescoço é representado na sua imensa
maioria por neoplasias epiteliais do tipo carcinoma de células escamosas ou
também conhecido com carcinoma espinocelular (CEC) que acometem as vias
aerodigestivas superiores.
O
câncer de boca e orofaringe está relacionado principalmente ao tabagismo e
etilismo.O comportamento é bastante agressivo, apresentando metastatização
cervical precoce. O câncer da orofaringe tem como agravante ser
oligossintomático no início, seja devido ao padrão de inervação sensitiva, dada
pelo glossofaríngeo, seja devido à superfície irregular da mucosa, em especial
a das tonsilas palatinas, com suas criptas, onde um pequeno carcinoma pode
ficar oculto ao exame clínico, ou ainda pelo padrão de inspeção do paciente,
nem sempre muito
atento
O câncer de boca e orofaringe é de
comportamento agressivo e, no Brasil, a incidência é considerada uma das mais
altas do mundo, sendo o mais comum da região de cabeça e pescoço.
A língua é o sítio mais comum para o CCE bucal,
correspondendo a 44% dos casos, seguido pelo assoalho bucal com 16% .
Verificou-se maior prevalência desta lesão no assoalho bucal (27,9%), seguido
pela língua (22,1%) e pelo trígono retromolar (15,6%). A localização anatômica
foi considerada fator de influência no prognóstico, considerando-se que os
tumores apresentam comportamento clínico diferente, conforme a sua localização.
A mucosa jugal foi o sítio de maior incidência em pacientes acima de 60 anos.
Em pacientes mais jovens, houve maior acometimento da língua, isolada ou
associada ao assoalho bucal.
Histopatologia
Macroscopicamente,
os CCEs podem apresentar aspecto proliferativo, semelhante a couve-flor ou
erosivo recoberto por crostas que não cicatrizam. São ligeiramente elevados,
muitos com base ampla, onde à medida que o tumor torna-se invasivo na derme, a
lesão tende a ser mais firme. É um tumor localmente invasivo e metástases
geralmente ocorre para linfonodos regionais.
Microscopicamente,
as células neoplásicas apresentam núcleos grandes, centrais, muitas vezes
vesiculosos, com vários nucléolos e citoplasma proeminente, que se arranjam
formando ilhas ou cordões de células epidérmicas proliferadas ou não, que se
estendem através da derme, demonstrando um grau variável de diferenciação
neoplásica.
Os CCEs bem diferenciados apresentam células dispostas em
cordões ou espirais com centros queratinizados, muitos em forma de pérolas
lamelares, e/ou dispostos em pontes intercelular. A queratinização, quando
presente, restringe-se à queratinização individual acompanhada de cariorexia e
ausência de picnose.
O modo de invasão do carcinoma espinocelular é definido
em quatro grupos.
O grau 1 apresenta limites bem definidos, o grau 2 possui
limites menos marcados e o grau 3 apresenta grupos celulares sem limite
distinto. No grau 4, o crescimento é difuso e pode-se dividi-lo em crescimento
em cordões (grau 4C) e tipo difuso (grau 4D). Os parâmetros histológicos da
relação tumor-hospedeiro do carcinoma de células escamosas são considerados
como importantes na predição de futuras metástases para linfonodos regionais e
no prognóstico.
Figura 1 - CCE Adenoide
Figura 2 - CCE
Basaloide
Figura 3 - CCE de
células claras
Figura 4 - CCE de
células espinhosas
Figura 5- Carcinoma
com células em anel de sinete
Figura 6 - CCE Pleomórfico,
pobremente diferenciado, sem queratina.
A classificação histopatológica de malignidade proposta
pela OMS, em 2005, baseou-se no grau de diferenciação celular e permitiu o
agrupamento dessa neoplasia maligna em três categorias. Os carcinomas de
células escamosas de cavidade oral puderam, então, ser classificados em pouco,
moderadamente e bem diferenciados . Os bem diferenciados foram assim
denominados quando sua arquitetura tecidual se assemelhou a um padrão normal de
epitélio escamoso. Os pouco diferenciados, caracterizaram-se pelo predomínio de
células imaturas, numerosas mitoses típicas e atípicas, bem como mínima
ceratinização. Os CCE moderadamente diferenciados apresentaram atividade
mitótica e pouca ceratinização.
Causas
Exposição crônica à luz solar causa a maioria dos casos
de carcinoma de células escamosas. O uso frequente de câmaras de bronzeamento
artificial também multiplica o risco de a doença se desenvolver; pessoas que se
bronzeiam artificialmente têm 2,5 mais chances de desenvolver carcinoma de
células escamosas do que aquelas que não realizam o procedimento. Por outro
lado, feridas na pele também são causas importantes do problema. O câncer pode
aparecer em queimaduras, cicatrizes, úlceras, feridas mais antigas e em partes
do corpo previamente expostas a raios X ou a produtos químicos (como os feitos
à base de petróleo e arsênio).
O carcinoma também pode ser desenvolvido a partir de
infecções crônicas e inflamações na pele. Além disso, HIV e outras doenças
imunodeficientes, quimioterapia, drogas antirrejeição utilizadas em transplantes
de órgãos, e até mesmo exposição excessiva à luz solar tornam o sistema
imunológico mais fraco, o que diminui a resistência a doenças e aumenta o risco
de desenvolver câncer de pele.
Ocasionalmente, os carcinomas de células escamosas surgem
de forma espontânea onde aparentemente existe apenas pele saudável. Alguns
pesquisadores pensam que a tendência a desenvolver esse câncer possa ser
hereditária.
O que procurar
Carcinomas de células escamosas apresentam-se como
machucados persistentes, ásperos, descamativos e espessos, que podem sangrar em
caso de trauma local. Muitas vezes são parecidos com verrugas e, às vezes,
assemelham-se a machucados abertos com bordas levantadas e crostosas.
Uma persistente mancha
vermelha com escamas e crostas, que pode ocasionalmente sangrar
Um tumor elevado com uma depressão central, que pode ocasionar
sangramentos e aumentar de tamanho rapidamente.
Um machucado aberto que forma crostas, sangra e persiste por semanas.
Lesão semelhante a uma verruga, que forma crostas e sangra
ocasionalmente.
Além dos sinais de carcinoma de células escamosas aqui
apresentados, o médico deve ser consultado imediatamente caso haja qualquer
mudança em lesões pré-existentes, machucados abertos que não se curam, ou
desenvolvimento de novos tumores.
Tratamento
Caso sejam detectados no estágio inicial e removidos
rapidamente, os carcinomas de células escamosas causam danos mínimos e quase
sempre são curáveis. Entretanto, se não tratados, os tumores podem,
eventualmente, invadir os tecidos subjacentes e desfigurar o tecido cutâneo.
Uma pequena porcentagem pode inclusive criar metástases e atingir outros
órgãos, tornando-se fatal. Portanto, qualquer lesão suspeita deve ser examinada
pelo médico imediatamente. Pequenas amostras (biópsias) serão examinadas em
microscópio para concluir o diagnóstico. Se a existência de células
cancerígenas for constatada, será necessário um tratamento.
Felizmente, existem várias maneiras de se erradicar o
câncer de células escamosas. A escolha do tratamento é feita com base no tipo,
tamanho, local e profundidade do tumor, assim como na idade do paciente e nas
suas condições gerais de saúde.
O tratamento pode ser quase sempre feito no consultório
médico ou numa clínica. Anestesia local é utilizada para os procedimentos. Na
maioria das técnicas, qualquer tipo de desconforto ou dor é mínimo, e raramente
os pacientes sentem muita dor depois.
Prevenção
Apesar de o carcinoma de células escamosas e outros
cânceres de pele serem quase sempre curáveis quando detectados e tratados
precocemente, a prevenção é a melhor alternativa. Tenha em mente os seguintes
hábitos de exposição segura ao Sol em sua rotina de cuidados com a saúde:
- Procure
ficar na sombra, especialmente entre 10 da manhã e 4 da tarde.
- Não
se queime.
- Evite
bronzear-se ou utilizar câmaras de bronzeamento artificial.
- Para
proteger-se do Sol, vista-se com roupas adequadas e utilize chapéu de abas
largas e óculos de Sol com filtros para radiação UV.
- Use
um filtro solar de amplo espectro (UVA/UVB) FPS 15 ou superior todos os
dias. Para atividades prolongadas ao ar livre, use um filtro solar
resistente à água, de amplo espectro (UVA/UVB) com FPS 30 ou superior.
- Aplique
30 gramas (ou duas colheres) no corpo inteiro 30 minutos antes de sair ao
ar livre. Reaplique a cada 2 horas ou depois de nadar ou suar em excesso.
- Mantenha
os recém-nascidos longe do Sol. Filtros solares só podem ser utilizados em
bebês maiores de 6 meses.
- Realize
um autoexame da pele, da cabeça aos pés, a cada 6 meses.
- Consulte
seu dermatologista todos os anos para que ele faça um exame completo da
pele.
Referências:
Parabéns! Boa postagem e imagens bonitas.
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