A mucocele é uma lesão comum da mucosa oral resultante da ruptura de um ducto de glândula salivar e o extravasamento da mucina para dentro dos tecidos moles adjacentes. Este extravasamento geralmente é resultante de um trauma local, embora em muitos casos não haja história de trauma associado. De forma diferente dos cistos do ducto salivar, a mucocele não é um cisto verdadeiro porque não tem revestimento epitelial circundante. Entretanto, alguns autores têm incluído os cistos do ducto salivar em suas séries de casos, algumas vezes sob a classificação de mucocele de retenção.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
As mucoceles geralmente se apresentam como aumentos de volume mucosos em forma de cúpula, que podem ter seus tamanhos variando de 1 a 2 mm a alguns centímetros. São mais comuns em crianças e adultos jovens, talvez pelo fato de os indivíduos mais jovens estarem mais propensos a experiências de trauma que induz ao extravasamento de mucina. Entretanto, as mucoceles têm sido relatadas em pacientes de todas as idades, desde bebês até adultos mais velhos.
A mucina extravasada abaixo da superfície mucosa geralmente confere uma coloração azulada à lesão, embora mucoceles profundas possam ser normocrômicas. Caracteristicamente a lesão é flutuante, mas alguns mucoceles são firmes à palpação. O tempo de evolução relatado para esta lesão varia de poucos dias a diversos anos; grande parte dos pacientes relata que a lesão está presente por diversos dias ou semanas. Muitos pacientes relatam uma história de aumentos de volume recorrentes, que podem romper-se periodicamente e liberar seu conteúdo fluido.
Caracteristicamente, a lesão é flutuante, mas algumas mucoceles
são firmes à palpação. O tempo de evolução relatado para esta lesão varia de
poucos dias a diversos anos. Grande parte dos pacientes relata que a lesão está
presente por diversos dias ou semanas. Muitos pacientes relatam uma história de
aumentos de volume recorrentes, que podem romper-se periodicamente e liberar
seu conteúdo fluido.
Segundo Scully (2009), a maioria das mucoceles é encontrada na mucosa
do lábio inferior, na mucosa jugal ou na porção ventral da língua. Da mesma forma,
Neville et al(2009) traz que o palato
mole e a região retromolar são localizações incomuns das mucoceles. Entretanto,
uma interessante variante, a mucocele
superficial, desenvolve-se nestas áreas e ao longo da mucosa jugal
posterior. As mucoceles superficiais se apresentam como vesículas tensas únicas
ou múltiplas que medem 1 a 4 mm em diâmetro. A aparência vesicular é criada
pela natureza superficial do extravasamento de mucina, que causa a separação
entre o epitélio e o tecido conjuntivo. As lesões geralmente se rompem,
deixando úlceras rasas dolorosas que cicatrizam em poucos dias.
Ainda sobre essas variações, Neville et al ( 2009)
apresenta a rânula, que é um
termo usado para mucoceles que ocorrem no assoalho de boca ou usado para
descrever outros aumentos de
volume similares no assoalho de boca, incluindo cistos do ducto salivar
verdadeiro, cistos dermóides e higromas císticos. A origem da mucina
extravasada é usualmente a glândula sublingual, mas as rânulas podem também se
originar do ducto da glândula submandibular ou, possivelmente, das glândulas
salivares menores presentes no assoalho de boca.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Ao exame microscópico, a mucocele
exibe uma área de mucina extravasada circundada por tecido de granulação reacional. Essa capsula apresenta numerosos
vasos sanguíneos neoformados, fibroblastos jovens e intenso infiltrado
inflamatório mononuclear.
A inflamação usualmente inclui
numerosos histiócitos espumosos (macrófagos) que são indicados pelas setas na imagem a seguir.
Em alguns casos, um ducto salivar
rompido pode ser identificado desembocando dentro da área. As glândulas
salivares menores adjacentes geralmente contêm um infiltrado inflamatório
crônico e ductos dilatados.
A luz apresenta-se parcialmente preenchida por material eosinofílico amorfo interpretado como muco, permeado por vários lóbulos de glândulas salivares exibindo áreas de atrofia, fibrose e infiltrado inflamatório mononuclear no estroma.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O diagnóstico da mucocele é essencialmente clínico e pode ser confirmado através de exame histopatológico. A maioria das mucoceles se rompem e cicatrizam sozinhas, outras se tornam crônicas e, nesses casos, é necessária intervenção cirúrgica. No caso de remoção cirúrgica, deve-se remover também as glândulas salivares menores presentes na lesão, para evitar a reincidência. O tecido removido deve ser submetido a diagnóstico microscópico, para que seja descartado a hipótese de tumores malignos de glândulas salivares.
REFERÊNCIAS:
NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALLEN,
C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Trad.3a Ed., Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009, 972p.
LABORATÓRIO DE MICROSCOPIA VIRTUAL.
Disponível em < https://ead.ict.unesp.br/course/view.php?id=279>.
Acesso em 26 de abril de 2018.
SCULLY, C. Medicina oral e maxilofacial: bases
do diagnostico e tratamento; tradução da 2ª ed. Rio de Janeiro . Elsevier, 2009.
BLOG DE MEDICINA BUCAL. Disponível em
< http://medicinabucal.blogspot.com.br/2014/02/biopsia-bucal-no-consultorio.html >. Acesso
em 26 de abril de 2018.
Maravilha!!! Parabéns!
ResponderExcluirJá tive na infância é um grande incômodo tive que fazer cirurgia.
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